Porto das Mil Cores

20:44





“Era uma vez uma quinta toda cercada de muros. Tinha arvoredos maravilhosos e antigos lagos, fontes, jardins, pomares, bosques, campos […].
A quinta ficava nos arredores duma cidade. O seu pesado portão era de ferro forjado pintado de verde. Quem entrava via logo uma grande casa rodeada por tílias altíssimas cujas folhas, dum lado verdes e de outro lado quase brancas, palpitavam na brisa.” (1) 





Neste último regresso à nossa viagem ao Porto, falamos do Jardim Botânico, onde encontramos a Casa Andresen, actualmente em fase de restauro. A antiga Quinta do Campo Alegre, casa de família de Sophia de Mello Breyner Andresen marcou as suas obras e ao visitarmos este espaço, percebemos logo porquê.
É um espaço cheio de árvores e sebes cuidadas, camélias e rosas que enchem de cor os caminhos com as suas pétalas, lagos tranquilos e sombras, onde é fácil esquecermos que estamos dentro da cidade e passamos para um mundo mágico, onde esperamos ver os anões de “A Floresta” ou as flores a conversarem umas com as outras, como n’ “O Rapaz de Bronze”.
A menina da mamã chegou a dormir, mas quando despertou, ficou atraída por tudo o que a rodeava. Aqui, ouvem-se os pássaros a cantar e o bater de asas suaves dos insectos, onde o tempo parece andar mais devagar.





Ao caminharmos entre o Campo Alegre e o centro do Porto, não pudemos deixar de reparar nas cameleiras em flor que pintam também os passeios e os muros, com as suas cores.
Neste dia, almoçamos no Casa D’Oro, junto ao Douro e é uma excelente alternativa para ir com crianças, com a sua comida italiana deliciosa.



“E caminhando ao acaso chegou ao jardim do Rapaz de Bronze. Na sua ilha de pedras e fetos no meio do lago a estátua estava muda e quieta.
[…] Mas o Rapaz estendeu uma mão e lentamente disse:
- Florinda, lembras-te de mim?
- Ah! Lembro-me, lembro-me de ti! – respondeu ela.
[…]
- As coisas extraordinárias e as coisas fantásticas também são verdadeiras. Porque há um país que é a noite e um país que é o dia.
- Como o mundo é maravilhoso! – disse Florinda.
E deu a mão ao Rapaz de Bronze e foram os dois através do jardim.” (2)




(1) Extraído de “ A Floresta”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, Figueirinhas, 15.ª edição: 1987
(2) Extraído de "O Rapaz de Bronze", de Sophia de Mello Breyner Andresen, Moraes Editores, 7.ª edição: 1983

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