O stress tem uma presença regular na tua vida? Sentes que tens demasiadas tarefas em mãos e andas sempre com a cabeça a mil? Sentes um peso sobre os teus ombros e a tua paciência não estica? Tens filhos e gostavas de ter mais disponibilidade e recursos? Então, pára! Deixa que a tua atenção esteja verdadeiramente sintonizada com eles. 

As nossas crianças conseguem ensinar-nos formas de estar realmente presente, porque elas vivem efetivamente no momento presente, sem estar a pensar na tarefa seguinte. A sua curiosidade natural torna-as abertas ao que as rodeia, focadas nos seus 5 sentidos: o que estão a ver, o que estão a ouvir, o que que conseguem cheirar, o que conseguem tocar e o que estão a saborear. Quando brincam, abrem espaço para expressar sentimentos e recriar situações com as quais têm de lidar, para libertar emoções e até encontrar soluções. Quando nós, adultos, paramos, começamos também a abrir espaço para estar em contacto com as nossas emoções (o que estou a sentir?); para escutarmos o nosso corpo (dirigimos a nossa atenção por todo o corpo, desde os dedos dos pés até à nossa cabeça); e para olharmos para os nossos pensamentos.

Brincar é uma prática de mindfulness e de conexão. É um momento para deixarmos as nossas responsabilidades de "crescidos" de lado, onde podemos relaxar. É uma óptima forma de conhecermos melhor os nossos filhos, através do que gostam de fazer e criar. 

Rir... Já riram hoje? Assim, com vontade? Ainda não? Experimentem ver o mundo através dos olhos das crianças, com uma mente de principiante, abertos às sensações e à novidade... Porque cada momento que passa não se repete. Termos a consciência de que tudo é transitório, ajuda-nos a valorizar o momento presente. 

É claro que depois de um dia mais exigente, em que nos sentimos cansados, nem sempre vamos estar com disponibilidade para brincar. Partilho algumas sugestões para abrir espaço diariamente para brincarmos, de forma consciente, com os nossos filhos:

• Começar devagar, reservando alguns minutos por dia, se estivermos a sentir dificuldade em focar a nossa atenção na brincadeira;

• Escutar com atenção quando as nossas crianças estão a partilhar a brincadeira que querem fazer connosco;

• Manter a atenção focada, pois os mais pequenos redirecionam várias vezes a brincadeira;

• Perguntar, com uma mente curiosa, se não estivermos a conseguir acompanhar ou perceber o rumo da brincadeira; 

• Definir limites, se a brincadeira se tornar agressiva ou perigosa. Por exemplo, se a criança de repente decidir morder ou magoar, fazemos uma pausa, procuramos perceber o que está na base desse comportamento e definimos o limite. Definir limites passa também por assumir a nossa responsabilidade pessoal e respeitar a integridade da criança.

• Viver o momento presente, absorvendo a energia e a alegria de estar com os nossos filhos, quando sentimos que começamos a divagar;