Olhares Maternos sobre o Natal - Cristiana Resina
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Cristiana Resina
Sendo uma criança cheia de criatividade e com a imaginação povoada de histórias de encantar, encontrou, precocemente, no desenho a sua forma de expressão. Do papel às paredes e muros, esta paixão não encontrou fronteiras e continuou sempre a crescer.
Já adulta, começou a dar vida a bonequinhos em telas, para oferecer a amigos. Os pedidos foram aumentando, expandindo progressivamente o seu trabalho para acessórios e móveis.
O seu percurso académico conduziu-a às Ciências da Comunicação, onde, após a conclusão do curso, viria a trabalhar na área da produção, durante um breve período.
É nesta fase que surge o projecto e a marca de decoração infantil com o seu próprio nome. A distribuição dos seus artigos artesanais inicia-se através de diversas lojas nacionais. Mais tarde, nasce a primeira loja/showroom próprio, que viria a mudar-se de Telheiras para o tradicional bairro de Campo de Ourique.
A ilustração ganha também nova dimensão, ao publicar, com Sara Rodi, os livros da colecção Clássicos a Brincar e Maria & Sebastião.
O seu trabalho como decoradora tem-se estendido a espaços públicos (onde as vertentes social e ecológica nunca são esquecidas) e privados, nomeadamente centros médicos, escolas e pousadas.
A colaboração com o programa Querido Mudei a Casa (SIC Mulher) tem também marcado presença na transformação dos quartos de criança.
Venham conhecer o talento criador da mamã Cristiana Resina! (http://www.cristianaresina.com/)
- Qual o significado do Natal para ti?
O Natal é a minha altura do ano preferida. Talvez porque ainda gosto de acreditar em magia.
Adoro as decorações, as luzes, os doces, as palavras e gestos trocados, o brilho de ansiedade nos olhos das crianças, e esse sentimento de partilha e de dádiva que está por toda a parte.
Gostava que o Pai Natal existisse e que ninguém ficasse esquecido, pelo menos durante esta noite. Que todos tivessem direito aos seus sonhos nem que fosse uma vez por ano.
Todos os anos, gosto de fazer de "Pai Natal" junto de alguém, ajudando de alguma forma. Os meus filhos já colaboram e aprendem que nem todos os natais são dourados.
- Quais as vossas tradições familiares desta época?
O Natal começa a ser preparado cedo. Talvez por influência do meu trabalho, que me obriga a pensá-lo quando ainda o outono mal começou.
Começamos por fazer uma listinha de todos aqueles a quem vamos oferecer alguma coisa e passamos a estar mais atentos a ideias para presentes e enfeites.
Em novembro, escrevemos a carta ao Pai Natal, com muitos desenhos à mistura, para que não haja enganos ou trocas!
Iniciamos também a minha parte preferida: os fins de semanas "crafty", onde criamos e executamos os vários presentes caseiros. Há uns anos, combinámos apenas oferecer prendas "compradas" às crianças. Entre adultos, trocamos presentes feitos por nós. Há dois anos, foi o "kit gourmet" (com produtos biológicos produzidos por nós); no ano passado, bijutaria feita com pedras da praia, este ano... surpresa! Os embrulhos condizem com o conteúdo: pensados ao pormenor, decorados com o talento e bom gosto da criançada.
Para as decorações da noite e dia natalícios, o processo é o mesmo: trabalhos aos fins de semana, entre passeios agasalhados por blusões quentinhos para apanharmos troncos e folhas secas, e atividades manuais interrompidas por panquecas e chocolate quente (o lanche eleito desta época do ano).
O Natal propriamente dito é passado entre primos, tios e avós, com direito a uma surpresa depois de abrirmos as prendas: um teatro, uma construção, um desafio...
- O Natal e as crianças: como mãe de dois filhos, como é que eles vivem esta quadra?
Adoram o Natal! O mais pequeno, apesar de ainda ter apenas dois anos, deixa-se influenciar pelo entusiasmo da irmã mais velha e anda animadíssimo com os preparativos. Tem medo do Pai Natal, mas também muito respeito: quer fazer parte da sua lista!
O Natal para eles é uma altura muito plena: estamos sempre ocupados com algo de novo, com algum projeto interessante, com algum passeio inesperado.
Quando termina, parece que fica uma sensação de vazio.
- De que cores se veste o Natal Cristiana Resina?
Sou muito tradicional nas cores natalícias: gosto do branco, do vermelho, do dourado, dos tons de madeira. Gosto das decorações nórdicas, simples mas acolhedoras. Gosto dos elementos da natureza a entrarem nas casas, ou mantendo os tons originais, ou transformados por tintas e aplicações. As luzes são essenciais para dar aquele toque de magia.
Na loja, como tem as suas próprias cores voltadas para a decoração infantil, cheguei a fazer um Natal em rosas e azuis. Ficou bonito, mas tinha pouco do Natal que conheço. Passei a recorrer às cores tradicionais.
A decoração de Natal, acima de tudo, tem de criar um ambiente envolvente e confortável. Onde a magia não pode faltar.
- Presentes: quais as tuas sugestões?
Mesmo quando os presentes são comprados, gosto de acompanhá-los com algo feito por nós. Tem outro valor, pois foi pensado e executado a pensar naquela pessoa.
Claro que, com crianças, nunca podem faltar os presentes pedidos por elas com base no que vêem na televisão. Mas sugiro que os tentem balancear com outros, feitos por artesãos talentosos e criativos, que se espalham por blogues e feirinhas de rua.
- Uma receita natalícia (um sabor que não possa faltar na ceia)
Sou uma viciada em fatias douradas! Principalmente as dos meus pais, com aquele pão especial e muita calda de açúcar. Como-as à sobremesa, ao lanche e, sim, ao pequeno almoço! Um mau exemplo para os meus filhos... Mas o Natal é só uma vez por ano...
Também adoro trouxas de ovos e, na minha família, há uma receita que tem passado de geração para geração e que, supostamente, não podemos ensinar a ninguém. Sinceramente, nunca consegui fazê-las bem. Mas o meu marido, que cozinha lindamente, está aprovadíssimo!
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